segunda-feira, 30 de março de 2009

Peter Drucker

A PRODUTIVIDADE DAS NOVAS FORÇAS DE TRABALHO

Nosso ambiente de trabalho vem sofrendo mudanças dia – a – dia. Estatisticamente, como nos mostra o livro, o número de trabalhadores de serviços e de conhecimento, cresceram assustadoramente. Faziam parte desta força de trabalho, um terço dos trabalhadores à quatro décadas atrás, hoje são mais de três quartos. O trabalhador baseado no conhecimento, é sem dúvida o profissional mais cobiçado do momento, pois as empresas passam por mudanças contínuas e estes profissionais são os responsáveis diretos por tais mudanças e avanços. Porém temos um problema sério que toma conta de todas as nações do mundo: se for pago aos trabalhadores em serviço um salário acima do lucro gerado por seu trabalho, fatalmente ocorrerá inflação. Porém, se for pago a eles, proporcionalmente a sua produtividade, sua renda acabará ficando muito defasada em relação a renda dos profissionais do conhecimento e por isso, acabaremos também em tensões sociais.

QUE ESPÉCIE DE EQUIPE ?

O trabalho em equipe é hoje um dos pontos que devem ser mais explorados nas empresas, porém, ao mesmo tempo, é um dos fatores mais difíceis de se colocar em prática. Existe uma analogia entre as equipes em uma empresa e equipes esportivas que nos mostra que existem três tipos de equipes em relação ao trabalho humano:
Equipe de beisebol  Cada componente da equipe tem sua função específica e nunca a abandona. Um componente nunca auxilia o outro em sua tarefa.
Equipe de futebol  Aqui, os participantes também possuem suas funções específicas, porém, um pode auxiliar o outro em sua função. O trabalho de um é feito em coordenação com o do outro.
Equipe duplas de tênis  Neste tipo de equipe, o componente tem uma posição fundamental na empresa. Um componente ajusta sua capacidade com a do outro, o que o torna imprescindível na equipe.
As empresas passaram a se replanejar, depois de que essa nova era da informação surgiu, portanto o tipo certo de equipe a ser implantada na empresa é fundamental para seu futuro. A equipe errada pode desestabilizar toda corporação, reduzindo sua produtividade e gerando prejuízos.

REESTRUTURANDO ORGANIZAÇÕES

Os casos de empresas que fazem a reengenharia em suas estruturas, estão cada vez mais freqüentes hoje em dia, pois com o crescimento de trabalhadores do conhecimento, grandes mudanças devem e estão ocorrendo e em alguns casos, a nova realidade irá exigir uma organização totalmente reformulada. Porém, alguns problemas surgirão com estas mudanças. Temos que ficar atentos para a motivação dos funcionários, pois a produtividade poderá cair devido as novas formas de gestão e reconhecimento.

O CASO DA TERCEIRIZAÇÃO

Alguns empregados, pela falta de oportunidades de crescer na empresa, acabam facilmente desmotivados e por isso, há a necessidade de se aumentar a produtividade, principalmente em setores que não oferecem chances de crescimento. O governo, apresenta a maior deficiência em matéria de produtividade, pois é lá que apresenta o maior número de pessoas que trabalham em funções de apoio, como trabalhos em escritórios ou faturamentos. Porém, a situação das empresas não é tão diferente assim, pois elas também exigem a contratação de serviço semelhantes. Os executivos oferecem oportunidades de carreiras para estas pessoas, o que as tornam mais dispostas a trabalhar e auxiliar no crescimento da empresa e dele próprio.
A ORGANIZAÇÃO BASEADA EM RESPONSABILIDADE

Para desempenhar um bom papel na sociedade, uma empresa e seus colaboradores precisam tem em mente, que sua especialização é a melhor e sua função é fundamental para o futuro de sua organização. É preciso pensar que sua empresa é o centro do universo e que tudo depende de você. Portanto, seu trabalho é fundamental para as suas pretensões e de todos que o cercam. Na verdade, quanto mais uma pessoa se especializar na sua área de atuação, mais capacidade ela terá para exercê-la com precisão e satisfazer a população que a usufrui.

O QUE É RESPONSABILIDADE SOCIAL ?

Responsabilidade social é o desenvolvimento pleno e necessário de tarefa específica a que se dispõe empresa em relação a sociedade. Quando a empresa passa a desempenhar outras tarefas que não dizem respeito a sua atividade principal, sua produtividade cai tanto na sua principal função, quanto a esta secundária desempenhada. Alguns exemplos foram citados no livro, como um hospital americano que passou a desempenhar um papel social, para tentar cuidar dos "males" da sociedade. Seu desempenho não foi o esperado e sua produtividade no atendimento aos doentes caiu gradativamente.

O PODER E AS ORGANIZAÇÕES

Como já foi dito, a empresa tem que desempenhar o melhor possível seu papel na sociedade em sua função principal. Na política, a empresa não tem a menor competência para desempenhar funções. Uma empresa precisa ser parceira com outras e até com instituições políticas. Isto serve também quanto ao oposto. O poder das organizações jamais poderá ser exercido por uma autoridade política. Ele deve ser colocado nas mão das próprias organizações.
Para a organização baseada em conhecimento, o que deve ser colocado em prática é a mudança da organização baseada em organização para a organização baseada em responsabilidade.

DO COMANDO À INFORMAÇÃO

A organização baseada em responsabilidade hoje deve ser cada vez mais composta por especialistas, que por sua vez, devem conhecer mais da sua função do que qualquer outro membro da organização. Antigamente, as organizações exerciam um papel mais autoritário com seu funcionários, ou seja, o superior ordenava e o inferior cumpria as ordens. Hoje em dia, os superiores não conhecem o trabalho de seus colaboradores e portanto, o nível de informação que circula na empresa deve ser cada vez mais alto.

DA INFORMAÇÃO À RESPONSABILIDADE

Cada colaborados deve assumir a responsabilidade pelos objetivos e pelas contribuições prestadas na organização baseada no conhecimento. Cada um deve definir seus objetivos e assumir responsabilidades por eles. É necessário que todos os membros, ajam como tomadores de decisões com a maior responsabilidade possível. Todos os membros devem ser empreendedores.
Comunicar os objetivos, prioridades e contribuições são outras responsabilidades que devem ser tomadas pelos colaboradores e para todas as direções para que a organização possa funcionar corretamente.

FAZER DE CADA PESSOA UM CONTRIBUINTE

Os termos autorização e delegação deve ser substituídos por responsabilidade e contribuição na organização moderna. Pois o poder sem responsabilidade acaba se tornando irresponsabilidade.
DA NAÇÃO – ESTADO AO MEGAESTADO

Atualmente, as mudanças que vem ocorrendo na sociedade em geral, na política e em qualquer outro ramo de atividade são tão visíveis, que se não podem e já estão provocando a chamada "desordem mundial".

O PARADOXO DA NAÇÃO – ESTADO


O título "nação – estado" surgiu na Europa a com Bodin (1870). Há aproximadamente 400 anos atrás, diversos países tentaram colocar em prática o sonho de um estado absoluto na Europa. A primeira tentativa foi com a Espanha que tentou unificar seus domínios e outros países para formarem uma grande nação. Porém, seu sonho logo se desfez, pois acabou arruinada militar e economicamente. Depois vieram a França e por duas vezes a Alemanha fazer a mesma tentativa. Tudo em vão. Todas tiveram o mesmo destino.

AS DIMENSÕES DO MEGAESTADO


Um século depois de Bodin, desenvolveu-se o Megaestado. Sua finalidade era semelhante a de Bodin, porém ele nasceu para ser uma espécie de protetor da sociedade. Ele surgiu para proteger a vida, liberdade e as propriedades dos cidadãos contra os abusos dos governantes. O estado de Bodin, tinha por finalidade, a manutenção da sociedade civil. Já o megaestado, tornou obscuro o significado de guerra e de paz.

O ESTADO AMA – SECA


O megaestado era contra o socialismo que ameaçava veementemente o início de uma guerra. O governo se transformou em uma agência social. Criou-se o seguro saúde, seguro contra acidentes pensões, etc. Nesta época, os países ocidentais passaram a acreditar que o governo é um agente preocupado com os problemas sociais. Tudo isso, para que a nação se tornasse uma sociedade multi – racial e que acabassem as discriminações de raça, idade ou sexo.

O MEGAESTADO COMO SENHOR DA ECONOMIA


Até a crise de 29, muitos achavam que a economia se auto – regulava e que o governo era apenas um agente que deveria estimular o crescimento econômico, mantendo a moeda estável, impostos baixos, etc. Porém, com a grande depressão, à crença de que a economia se auto – regulava, caiu por terra. John Maynard Keynes foi o primeiro a dizer que a economia nacional está isolada da mundial e que esta economia nacional é sim totalmente controlada pelo governo e seus gastos.

O ESTADO FISCAL


As grandes guerras foram os motivos da transformação do estado – nação em estado – fiscal. Com isso, os governos tiveram que aprender duas lições: o povo não gerava uma grande renda nacional e que existem limites econômicos para os empréstimos do governo, mas não há para o que o governo gasta.
Com esta nova concepção, a renda nacional passa a ser totalmente do governo, sendo que o cidadão só tinha direito o que o governo permitisse.

O ESTADO GUERRA – FRIA


Se deu início com a Alemanha que mesmo em tempo de paz, construiu um grande poder naval, dando início a corrida armamentista. Eles estavam decididos, que com o avanço tecnológico, não restava outra saída. Eles achavam que a economia em tempo de paz tinha que ser vista separadamente da economia em tempo de guerra. O megaestado tornou-se uma realidade política em grandes países, sendo o senhor da economia, no estado fiscal, e na maioria dos países, como estado de guerra fria.

A EXCEÇÃO JAPONESA


O Japão é um governo poderoso desde então e até hoje tem se mostrado conservador com suas raízes. Ele age de forma discreta, porém restrito e controlado. É um país menos influente do que outros países ocidentais, mas que ainda funciona como uma espécie de guardião da economia mundial. Uma prova disso, foi a crise asiática que o atingiu primeiro e que se espalhou pelo resto do mundo depois.

O MEGAESTADO DEU CERTO ?


O megaestado foi um fracasso total em sua manifestação mais extrema e também em sua manifestação mais moderada. O estado fiscal foi seu ponto mais fracassado. Ele não conseguiu fazer a distribuição de renda em nenhum lugar. Ficou mais do que claro, que a lei de Pareto estava cada vez mais certa. A distribuição de renda se dava pela cultura da sociedade e pelo nível de produtividade da economia, ou seja, quanto mais produtiva a economia, maior a igualdade da renda e vice-versa.

O ESTADO DE VERBAS POLÍTICAS

Nunca existirá disciplina fiscal em uma sociedade fiscal que tiver gastos. Através destes gastos, alguns governantes compram votos para eleger-se, tornando cada vez mais a sociedade desorganizada. Em um governo democrático, os interesses do povo são defendidos pelos governantes, porém, em um estado com verbas políticas, os políticos compram o voto para enriquecer-se e enriquecer instituições que o favorecem. Este é o principal conceito contra a cidadania.

O ESTADO DA GUERRA – FRIA – FRACASSO OU SUCESSO


O estado da guerra – fria, não selou a paz depois de segunda grande guerra, porém serviu para controlar os armamentos nos países. Foi neste período, que ocorreram o maior número de pequenos conflitos do que em qualquer outra época. Os 50 anos que vieram após 1945, sem conflitos entre as grandes potências, marcaram um recorde, pois até então, vários conflitos envolvendo estes países ocorreram. Isto ocorreu devido ao controle já citado de armas. Pois um conflito a estas alturas, gerariam graves conseqüências. Com isso, algumas descobertas foram feitas: uma é que não seria possível um país construir armas de guerra nas mesmas instalações que construíam em tempos de paz, a outra é que os armamentos pesados devem ser construídos bem antes de uma guerra ou até de uma simples ameaça.
Hoje em dia, o estado da guerra – fria não funciona mais nem mesmo militarmente. Pois não é mais possível controlar a "corrida armamentista" nem mesmo em pequenos países. Hoje em dia, estes países estão cada vez mais preparados para uma guerra, seja ela nuclear, química ou biológica. Ao contrário dos outros tipos de estado (fiscal, ama – seca, etc.) o estado guerra – fria pode se considerar o único que teve um pequeno sucesso. Pois se suas intenções eram evitar a terceira guerra mundial, conseguiram, pelo menos por enquanto. Porém, este estado também veio cair por terra.

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