segunda-feira, 30 de março de 2009

Logística Empresarial

INTRODUÇÃO

Até poucos anos atrás a logística empresarial, como estrutura organizada e integrada, era solenemente ignorada pela maioria das empresas manufatureiras e prestadoras de serviço no Brasil.

Com a abertura comercial, a partir do início da década de 90, tornou-se crescente a necessidade das empresas brasileiras desenvolverem maior competitividade nos mercados nacional e internacional.

O crescimento dos mercados nacionais e internacionais, a expansão das linhas de produtos e as possibilidades enormes das telecomunicações, fazem da distribuição e do processo logístico um conjunto importante das operações gerenciais. As chamadas fronteiras logísticas em geral são consideradas como as últimas etapas que podem ser exploradas para aumentar a praticabilidade das empresas de qualquer categoria de obter a manter vantagens diferenciais competitivas.

Ao analisar os conceitos básicos de logística que são utilizados no dia a dia das empresas, é necessário baseá-lo em uma estrutura teórica, estabelecendo um paradigma logístico, que podemos chamar de logística integrada.

As atividades logísticas afetam os índices de preços, custos financeiros, produtividade, custos de energia e satisfação dos clientes.

No clima econômico rigoroso de hoje, em que os mercados em expansão são poucos em que os novos concorrentes globais estão acirrando a competitividade, os negócios passaram inevitavelmente a enfatizar, como ponto central, as estratégias que estabelecem uma lealdade de longo prazo com o cliente.

O reconhecimento de que o relacionamento com o cliente é a chave para os lucros a longo prazo trouxe consigo a compreensão da importância crucial de estabelecer um serviço diferenciado ao cliente. Como os mercados apresentam cada vez mais características do alto consumo, em que os clientes vêem pouca diferença entre as características físicas ou funcionais do produto, há vários produtos similares, é através da prestação especial de serviços, que cada organização faz a sua diferença.

Um serviço eficaz ao cliente não se consegue somente através de empregados motivados embora isso seja um pré-requisito, mas por meio dos sistemas logísticos que permitam a entrega do produto dentro dos padrões exigidos pelo cliente.

Este trabalho procura dar uma visão geral da administração de atividades logísticas em um ambiente organizacional. Esta administração está voltada àquelas atividades necessárias para deixar produtos e serviços disponíveis aos clientes no momento, local e forma (condição) desejados. Primeiramente, introduz-se a essência da logística empresarial, define-se sua missão e faz-se uma descrição de sua história.

Em seguida, aborda-se, de maneira sucinta, as atividades primárias da logística, sendo estas transporte, gestão de estoque e processamento de pedidos; e incluindo também de forma breve algumas das atividades de apoio, dentre elas: armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, obtenção e administração de informações. O propósito aqui é oferecer uma compreensão básica de cada atividade e de sua operação mais do que tentar compreendê-las pormenorizadamente.

Finalmente, destaca-se a importância da logística para a obtenção da vantagem competitiva e os desafios do gerenciamento logístico.

Conceituando Logística

A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor o nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controles efetivos para atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos. Ela trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviços adequados aos clientes a um custo razoável.

Existem muitas maneiras de definir o conceito de logística. Neste trabalho estaremos adotando o conceito de Logística definido pela organização Council of Logistics Management - CLM:

“Logística são os processos da cadeia de suprimentos (supply chain) que planejam, estruturam e controlam, de forma eficiente e eficaz, o fluxo de armazenamento dos bens dos serviços e da informação relacionada, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, para satisfazer o requisito do cliente.” CLM (2000)

Dentro da logística integrada temos que fazer uma diferenciação entre as variantes da logística:

A logística de abastecimento é a atividade que administra o transporte de materiais dos fornecedores para a empresa, o descarregamento no recebimento e armazenamento das matérias primas e concorrentes. Estruturação da modulação de abastecimento, embalagem de materiais, administração do retorno das embalagens e decisões sobre acordos no sistema de abastecimento da empresa.

A logística de distribuição é a administração do centro de distribuição, localização de unidades de movimentação nos seus endereços, abastecimento da área de separação de pedidos, controle da expedição, transporte de cargas entre fábricas e centro de distribuição e coordenação dos roteiros de transportes urbanos.

A logística de manufatura é a atividade que administra a movimentação para abastecer os postos de conformação e montagem, segundo ordens e cronogramas estabelecidos pela programação da produção. Desovas das peças conformadas como semi-acabados e componentes, armazenamento nos almoxarifados de semi-acabados. Deslocamento dos produtos acabados no final das linhas de montagem para os armazéns de produtos acabados.

A logística organizacional é a logística dentro de um sistema organizacional, em função da organização, planejamento, controle e execução do fluxo de produtos, desde o desenvolvimento e aquisição até produção e distribuição para o consumidor final, para atender às necessidades do mercado a custos reduzidos e uso mínimo de capital.

Um outro fator importante que surgiu com a evolução da logística foi a Logística Reversa, que é a área da logística empresarial associada a retornos de produtos, reciclagem, substituição de materiais, reutilização de materiais, descarte de resíduos e reformas, reparos e remanufatura.

A missão do gerenciamento logístico é planejar e coordenar todas as atividades necessárias para alcançar níveis desejáveis dos serviços e qualidade ao custo mais baixo possível. Portanto, a logística deve ser vista como o elo de ligação entre o mercado e a atividade operacional da empresa. O raio de ação da logística estende-se sobre toda a organização, do gerenciamento de matérias-primas até a entrega do produto final.

Evolução Histórica da Logística Empresarial

Até a década de 40 o mundo empresarial era caracterizado por:

· Alta produção;

· Baixa capacidade de distribuição;

· Despreocupação com custos;

· Inexistência do conceito de logística empresarial.

De 1950 a 1965 surge o conceito de logística empresarial, motivado por:

· Uma nova atitude do consumidor;

· Pelo desenvolvimento da análise de custo total;

· Pelo início da preocupação com os serviços ao cliente e de maior atenção com os canais de distribuição.

De 1965 a 1980:

· Consolidação de conceitos;

· Colaboração decisiva da logística no esforço para aumentar a produtividade da energia, visando compensar o aumento dos fretes, conseqüência:

· Crise do petróleo;

· Crescimento dos custos da mão-de-obra;

· Crescimento dos juros internacionais.

Após 1980:

· Desenvolvimento revolucionário da logística decorrente das demandas ocasionais:

· Pela globalização;

· Pelas alterações estruturais na economia mundial;

· Pelo desenvolvimento tecnológico.

A evolução da logística empresarial tem início a partir de 1980, com as demandas decorrentes da globalização, alteração estrutural da economia mundial e desenvolvimento tecnológico, tendo como conseqüência a segmentação da logística empresarial em três grandes áreas:

1. Administração de materiais: que é o conjunto de operações associadas ao fluxo de materiais e informações, desde a fonte de matéria-prima até a entrada na fábrica; em resumo é “disponibilizar para produção”; sendo que participam desta área os setores de: Suprimentos, Transportes, Armazenagem e Planejamento e Controle de Estoques.

2. Movimentação de materiais: transporte eficiente de produtos acabados do final de linha de produção até o consumidor; sendo que fazem parte o PCP (Planejamento e Controle da Produção), Estocagem em processo e Embalagem.

3. Distribuição física: que é o conjunto de operações associadas à transferência dos bens objeto de uma transação desde o local de sua produção até o local designado no destino e no fluxo de informação associado, devendo garantir que os bens cheguem ao destino em boas condições comerciais, oportunamente e a preços competitivos; em resumo é “tirar da produção e fazer chegar ao cliente”. Participam os setores de Planejamento dos Recursos da Distribuição, Armazenagem, Transportes e Processamento de Pedido.

Atividades primárias da Logística

· Transporte

· Gestão de Estoque

· Processamento de Pedidos

As atividades primárias são primordiais para atingir os objetivos logísticos de custo e nível de serviços já que ou elas contribuem com a maior parcela do custo total da logística ou elas são essenciais para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística.

Transportes: Atividade muito importante pois absorve de um a dois terços dos custos logísticos. É essencial, pois nenhuma firma moderna pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-primas ou de seus produtos acabados de alguma forma. Adiciona valor de lugar ao produto.

Gestão de Estoques: Para se atingir um grau razoável de disponibilidade de produto, é necessário manter estoques, que agem como reguladores entre a oferta e a demanda. Responsável por aproximadamente um a dois terços dos custos logísticos. Agrega valor de tempo ao produto.

Processamento de Pedidos: Sua importância deriva no fato de ser um elemento crítico em termos de tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes.

Atividades de apoio

· Armazenagem

· Manuseio de Materiais

· Embalagem

· Obtenção

· Administração de Informações

Apesar de transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos serem os principais elementos que contribuem para a disponibilidade e a condição física de bens e serviços, há uma série de atividades adicionais que apóiam estas atividades primárias. Elas são:

Armazenagem: Refere-se à administração do espaço necessário para manter estoques. Envolve problemas como: localização, dimensionamento da área, arranjo físico, configuração do armazém.

Manuseio de Materiais: Está associada com a armazenagem e também apóia a manutenção de estoques. Está relacionada à movimentação do produto no local de estocagem.

Embalagem: Seu objetivo é movimentar bens sem danificá-los além do economicamente razoável.

Obtenção: É a atividade que deixa o produto disponível para o sistema logístico. Trata da seleção das fontes de suprimento, das quantidades a serem adquiridas, da programação de compras e da forma pela qual o produto é comprado. Não deve ser confundida com a função de compras, pois esta envolve detalhes de procedimento, tais como a negociação de preços e avaliação de vendedores, que não são relacionados com a tarefa logística.

Administração de Informações: Nenhuma função logística dentro de uma firma poderia operar eficientemente sem as necessárias informações de custo e desempenho. Manter uma base de dados com informações importantes - por exemplo: localização dos clientes, volumes de vendas, padrões de entregas e níveis de estoques - apóia a administração eficiente e efetiva das atividades primárias e de apoio.

Obtendo vantagem competitiva através da Logística

Das muitas mudanças que ocorreram no pensamento gerencial nos últimos 10 anos, talvez a mais significativa tenha sido a ênfase dada à procura de estratégias que proporcionassem um valor superior aos olhos do cliente.

A vantagem competitiva não pode ser compreendida olhando-se para uma empresa como um todo. Ela deriva das muitas atividades discretas que uma organização desempenha projetando, produzindo, comercializando, entregando e apoiando seu produto. Cada uma dessas atividades pode contribuir para a posição de custo relativo da empresa e criar a base para a diferenciação.

A cadeia de valor desdobra a empresa em suas atividades estrategicamente relevantes, para compreender o comportamento dos custos e as fontes de diferenciação existentes ou potenciais. Uma organização ganha vantagem competitiva executando estas atividades estrategicamente importantes de maneira mais barata ou melhor do que seus concorrentes.

A vantagem competitiva surge da maneira como as empresas desempenham estas atividades discretas dentro da cadeia de valor. Para ganhar vantagem competitiva sobre seus rivais, uma empresa deve proporcionar valor para seus clientes desempenhando as atividades de modo mais eficiente do que seus concorrentes ou desempenhando atividades de forma que crie maior valor percebido pelo comprador.

Não se pode mais admitir que um "bom" produto se venda por si só e que o sucesso de hoje esteja garantido para amanhã, temos então a importância estratégica da logística empresarial. A qualidade que no passado constituiu um instrumento de competitividade é hoje um pressuposto assumido.

Podemos citar como as fontes atuais de diferencial competitivo duradouro a vantagem de custo. A vantagem de custo pode ser obtida através da administração logística, que permite racionalização e redução de custos, do aumento de produtividade por diversos meios e da economia de escala, que leva à diluição de custos fixos.

A concentração de produção e armazenagem é um exemplo do diferencial de vantagem de custo, onde em decorrência da necessidade de reduzir custos, as empresas têm pensado e investido em fábricas para propiciar o crescimento da produção de um conjunto reduzido de produtos, numa única planta, com o objetivo de obter economias de escala e centralizando estoques visando à redução dos níveis de estoque.

Em conseqüência dessa concentração pode-se também induzir: o crescimento dos custos logístico, pelo aumento das distâncias e a redução do nível de atendimento ao cliente, em função do afastamento dos mercados. Portanto, nessas circunstâncias torna-se necessário um grande esforço para oferecer ao cliente um diferencial, que pode ser obtido através da administração logística.

Pode-se afirmar então que o gerenciamento logístico tem grande potencial para auxiliar a organização de alcançar tanto a vantagem em custo/produtividade como a vantagem em valor.

O desafio do Gerenciamento Logístico

Uma das mais importantes tendências comerciais do século XX foi à emergência da Logística como conceito integrado que abrange toda a cadeia de suprimentos, desde a matéria-prima até o ponto de consumo.

A filosofia fundamental, que está por trás deste conceito, é a do planejamento e coordenação do fluxo de materiais da fonte até o usuário como um sistema integrado, em vez de, como é o caso tão freqüente, gerenciar o fluxo de bens como uma série de atividades independentes.

Desta forma, sob o regime de gerenciamento logístico, o objetivo é ligar o mercado, a rede de distribuição, o processo de fabricação e a atividade de aquisição, de tal modo que os clientes sejam servidos com níveis cada vez mais altos, ainda assim mantendo os custos baixos.

O ciclo de vida dos produtos está ficando cada vez menor, essa diminuição exige informações bem mais velozes, precisas e oportunas, que faz com que qualquer falha na qualidade, quantidade ou processamento da informação seja fatal para a empresa. O que temos presenciado em muitos mercados é o efeito das mudanças de tecnologia e da demanda do consumidor, que se combinam para produzir mercados mais voláteis em que um produto pode ficar obsoleto quase tão logo seja lançado.

Esse encurtamento do ciclo de vida tem criado sérios problemas para o gerenciamento logístico. De modo particular, os ciclos de vida curtos exigem prazos menores, na verdade, nossa definição de prazo precisa ser mudada.

Tradicionalmente, prazo (lead-time) é definido como período de tempo decorrido entre o recebimento do pedido do cliente e a entrega do produto. Entretanto, no ambiente atual, existe uma perspectiva mais ampla que precisa ser considerada. O prazo real é o tempo consumido desde a prancheta, passando pela aquisição de material, fabricação e montagem, até a entrega do produto final. Este é o conceito de prazo estratégico, e o gerenciamento deste tempo é a chave do sucesso no gerenciamento das operações logísticas.

O meio de alcançar o sucesso em tais mercados é acelerar o movimento através da cadeia de suprimentos e tornar todo o sistema logístico mais flexível e sensível a estes mercados em mutação rápida.

Sendo assim, os principais desafios do gerenciamento logístico são:

1. Encurtar o fluxo logístico:

As empresas tendem a encurtar os fluxos logísticos e trazê-los para próximo de suas plantas o que permite a operação adotando-se os princípios de Just-in-Time na entrega, e na fabricação, agilizando a colocação dos produtos no mercado.

Entende-se por just-in-time como filosofia de manufatura baseada na eliminação de toda e qualquer perda e na melhoria contínua da produtividade. Envolve a execução com sucesso de todas as atividades de manufatura necessárias para gerar um produto final, desde o projeto até a entrega. Os elementos principais do Just-in-Time são: ter somente o estoque necessário, quando necessário; melhorar a qualidade tendendo a zero defeito; redução de tempo e tamanhos de lotes da produção; revisar as operações e realizar tudo isto a um custo mínimo. De forma ampla, aplica-se a todas as formas de manufatura, seções de trabalho e processos, bem como as atividades repetitivas.

2. Melhorar a visibilidade do fluxo logístico:

A visibilidade do fluxo logístico é de vital importância para a identificação dos gargalos de produção e na redução dos estoques, para isto as barreiras departamentais devem ser quebradas e as informações compartilhadas. As estruturas devem ser voltadas para o mercado, caracterizadas pela qualidade dos sistemas de informação.

3. Gerenciar a logística como um sistema:

O processo logístico deve ser gerenciado de forma sistêmica, pela importância na combinação da capacidade de produção com as necessidades do mercado. É importante que o processo reconheça os inter-relacionamentos e interligações da cadeia de eventos que conectam fornecedor ao cliente.

É importante entender que o impacto de uma decisão em qualquer parte do sistema causará reflexos no sistema inteiro.

Os gerentes devem identificar como finalidade principal adicionar valor ao seu negócio pelo enfoque no fluxo de materiais.

A logística tem como essência a preocupação de obter vantagem competitiva em mercados cada vez mais voláteis, sobrevivendo às empresas que conseguirem adicionar valor ao cliente em prazos cada vez menores.

A finalidade principal de qualquer sistema lógico é a satisfação do cliente. Esta é uma idéia simples, nem sempre fácil de entender por gerentes envolvidos com o planejamento da produção ou controle de estoque, que parecem estar distante do mercado. O fato evidente é que todas organizações possuem o serviço ao cliente como meta. Em verdade, muitas pessoas de empresas bem sucedidas começaram a examinar os padrões de seus serviços internos para que todas as pessoas que trabalham no negócio compreendessem que elas deveriam prestar serviços para alguém, no caso o cliente.

O objetivo deve ser estabelecido de uma cadeia de clientes, que liga as pessoas em todos os níveis de organização, direta ou indiretamente, ao mercado; o administrador é forçado a pensar e agir de forma sistêmica, transformando a logística, de ferramenta operacional em ferramenta estratégica para as empresas.

CONCLUSÃO

Um dos acontecimentos decisivos para as mudanças na área de Administração de Materiais, foi sem dúvida o maior desafio que estamos vivendo no século XXI, que é a globalização mundial. Segundo o dicionário de Economia e Administração, de Paulo Sandroni, globalização significa: "o fim das economias nacionais e a integração cada vez maior dos mercados, dos meios de comunicação e dos transportes".

A globalização é um processo de "quebra" das fronteiras entre os países que abre caminhos para a expansão do comércio internacional.

A globalização fez as empresas repensarem em suas estratégias competitivas: a aceleração da transformação tecnológica, a disputa em mercados globais contra correntes globais e o aumento das expectativas dos consumidores são fatores a se considerar, para a manutenção e prosperidade da empresa.

Com o progresso industrial a disponibilidade de ofertas mais amplas por parte de mais competidores ocorre simultaneamente à agilidade de escolha de fontes de suprimento e de compra muito mais amplas, desta forma o mercado espera e exige níveis de serviço de maior eficiência e efetividade.

Para que as organizações consigam atender a essas exigências dos consumidores, têm cada vez mais ampliado seu leque de opções de produtos e serviços, oferecendo, muitas vezes, não exatamente aquilo que os consumidores realmente necessitam e querem.

Porém, a necessidade de algo e a oferta para suprir essa necessidade sempre existiram e sempre existirão, mas hoje, se uma empresa quiser atender a uma necessidade de compra oferecendo produtos bons e baratos, mas não se comprometer a disponibilizá-los no momento certo, com o preço justo e de acordo com as expectativas dos clientes, muito provavelmente não atingirá seu objetivo de venda. Diante de situações como essa, as empresas começaram a perceber que não basta vender, precisam disponibilizar. Em outras palavras, tem que existir "Logística".

O cliente quer ter o produto com que sonha no momento em que for interessante para ele. Para atender a essa necessidade, as empresas agora parecem entender o quão importante é ter um serviço logístico eficiente em toda sua cadeia produtiva, desde a coleta de matéria-prima até a entrega do produto final, inclusive com a chamada logística reversa.

É interessante que no começo, as empresas estavam apenas interessadas em praticar a Logística como uma ferramenta meramente operacional para escoamento de produção. Nessa época, o atendimento ao cliente era algo que não tinha valor, conforme a célebre frase de Henry Ford: "Faremos o carro na cor que o cliente quiser, desde que seja preto".

Com o passar do tempo, as empresas perceberam que se as necessidades dos clientes fossem atendidas, maiores seriam as chances de que eles se tornassem fiéis, principalmente pela grande concorrência que se iniciava. É importante destacar que durante os últimos trinta anos, as empresas também buscaram se estruturar internamente, investindo em áreas e processos. A última fronteira para a equalização de suas atividades para atender as necessidades dos clientes e controlar seus custos é a área de Logística, que não era tão valorizada e notada como está sendo agora, daí a principal razão para esse crescimento que estamos presenciando.

Hoje, diante do cenário mundial, as empresas perceberam que para atender as necessidades dos clientes, é impossível trabalhar isoladamente. Por isso, têm buscado a integração entre fornecedores e clientes para conseguir chegar ao cliente final, satisfazendo as necessidades do consumidor e conseguindo sucesso nos negócios.

É importantíssimo destacar que a Logística começa pela necessidade do cliente. Sem essa necessidade, não há movimento de produção.

A logística é importante porque cria valor para os consumidores e fornecedores da empresa, valores estes, expressos em tempo e lugar.

A Logística Empresarial é um forte elemento de diferenciação competitiva entre as companhias, exercendo papel decisivo na sobrevivência ou decadência de uma corporação. Os fatores logísticos se estabelecem desde os fornecedores de matérias-primas e insumos, com os prestadores de serviços, parceiros, clientes, distribuição de produtos, enfim, com uma visão completa da cadeia de suprimentos, em perfeita consonância com os objetivos do negócio.

Na empresa moderna, há a necessidade de grande flexibilidade na produção, isto é, cada vez mais é preciso fabricar produtos com muitos modelos, feitos em prazos mais curtos, com vidas úteis menores, devendo ser entregues em menos tempo ao cliente. A Logística traduz estes requisitos do negócio em realizações físicas, garantindo o sucesso empresarial.

A Logística tem um papel relevante na modernidade empresarial, em especial na realidade brasileira; um elo produtivo insofismável, que vem ganhando espaço e reconhecimento, na hora de focalizar custos, receitas e, principalmente, quando configura a certeza da entrega no lugar certo, no tempo acordado e daquilo que foi contratado. Os movimentos físicos de produtos e insumos fazem parte de uma rede complexa e variável, requerendo especialização e conhecimento que permitam, ao mesmo tempo, otimizar processos Logísticos e assegurar os resultados dos negócios das empresas.

BIBLIOGRAFIA

ALT, PAULO R. C.; MARTINS, PETRÔNIO G. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. Editora Saraiva, São Paulo, 2000.

BALLOU, RONALD H. Logística Empresarial. Editora Atlas, São Paulo, 1995.

KOTLER, PHILIP; ARMSTRONG, GARY. Princípios de Marketing. LTC Editora, Rio de Janeiro, 1999, 7ª ed.

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