sábado, 28 de março de 2009

Logística

Sistema de Gestão da Distribuição Logística

Âmbitos da logística: As atividades logísticas variam segundo os setores comerciais. Porém, em cada caso, servem para administrar de modo completo e coerente todos os fluxos dos materiais, da entrada deles na empresa até sua saída. No caso de empresas manufatureiras, devem ser administradas todas as atividades, que vão desde a compra dos materiais até a entrega dos produtos acabados e também no pós-venda, com a reciclagem ou sucateamento deles.
Para aumentar a satisfação dos clientes reduzir gastos e custos adicionais, o fluxo dos objetos físicos é administrado junto às informações. É preciso estudar como estruturar a produção, a distribuição e seus canais. Ainda, deve-se criar um método para elaborar os programas, estar em condições de se criar diretrizes mais apropriadas e outro para seguir os resultados, de maneira a se ter uma gestão de nível elevado. Os âmbitos da logística são amplos e complexos, não somente para as numerosas funções, mas também para uma maior relacionamento entre si, o que é necessário para se ter um nível elevado.

Princípios do sistema de gestão da distribuição física

· Limitar os indicadores sob controle:
As atividades logísticas possuem um raio de ação muito vasto e muito são os produtos, os lugares e as funções a serem administradas; para desenvolver com empenho as atividades de manutenção e melhorar o serviço e a redução de custos, é necessário definir temas limitados aos pontos prioritários. As situações relativas a esses temas prioritários são quantificadas e compreendidas mediante valores numéricos, que devem ser monitorados continuamente e relevados periodicamente.

· Definir o valor de referência (benchmark):
Renovar significa mudar a situação existente. A situação relativa aos custos, aquela que se refere a produtividade, a taxa de realização, aquela de carga e de rotação dos veículos, deve ser sempre mudada para melhor. A mudança deve estar sob controle mediante valores numéricos. Como base, assume-se um valor de referência (benchmark): é necessário relevar com dados numéricos a situação atual e observar com atenção como esta se modifica.

· Recolher os dados de maneira contínua:
Os resultados da inovação e melhoramento aparecem de vários modos: obtenção de rápidos casos de resultados notáveis ou modestas melhorias. Os indicadores sob controle devem ser monitorados continuamente. Às vezes é importante também, efetuar uma comparação com o mesmo mês do ano precedente. A obtenção de dados contínuos também é classificado como uma inovação contínua.
· Organizar encontros de estudos sobre os dados colhidos:
Para se realizar uma renovação, é necessário a obtenção de dados concretos. Deve se examinar esses dados e procurar as formas como a situação se modificou e compará-los com dados de outras atividades. Reuniões periódicas devem ser marcadas com a mesma periodicidade em que os dados são colhidos, propiciando assim, o surgimento de novas idéias, que poderão auxiliar no processo de renovação.

· Verificar com os indicadores os resultados das ações efetuadas:
Para que se tenha um controle sobre os resultados que obteremos com os dados colhidos, é necessário que se saiba claramente quais foram as reais melhorias ocorridas. Saber exatamente qual produto melhorou, ou qual setor melhorou, para que possamos nos concentrar mais fortemente em setores com melhorias inferiores.

As três dimensões das operações logísticas globais

A dimensão funcional: enfatiza a natureza interfuncional da logística. A grande parte das organizações está segmentada em áreas de atividade discretas - Marketing, finanças, manufatura etc. O processo logístico cruza as áreas funcionais, e assim, permite a criação de importantes interfaces. Essas interfaces devem ser gerenciadas coletivamente. As empresas devem evitar delegar predominância gerencial sobre essas interfaces para uma área funcional. Isso serviria apenas para subotimizar o desempenho geral rumo aos objetivos da corporação.

A dimensão setorial: ou integração entre as empresas, refere-se aos esforços de parceiros da cadeia de suprimentos para coordenar e gerenciar suas atividades como uma única entidade, em vez de gerenciá-las como entidades separadas. A principal idéia é que os mercados industriais são formados por fornecedores e clientes ou, mais genericamente, por compradores e vendedores. Relacionamentos duradouros são benéficos para todas as áreas envolvidas. A integração bem sucedida da cadeia de suprimentos requer que as partes compartilhem conhecimentos a respeito de recursos, organização, estratégias e assim por diante. Ao compartilhar essas informações, as empresas podem otimizar o canal total, eliminando redundâncias, bloqueios no fluxo e outras ineficiências que adicionam custos sem valor adicional.

A dimensão geográfica: A gestão da logística e operações globais difere da gestão das operações domésticas em relação a diversas formas críticas. Em primeiro lugar, existe a necessidade de identificar e analisar os fatores que diferem entre as nações que influenciam na efetividade dessas funções. Tais fatores incluem produtividade do trabalhador, adaptabilidade do processo, regulamentações e assuntos governamentais, disponibilidade de transporte, cultura, e assim por diante. Em segundo lugar, por causa das distâncias envolvidas nas operações globais, o transporte e a distribuição tem maior importância. A eficiência e a efetividade da função de logística tem maior impacto no lucro da empresa. Finalmente, bens mercados dispersos geograficamente são muito mais difíceis de gerenciar e servir.

Relacionamento entre as três dimensões

O objetivo global da otimização de qualquer sistema logístico é maximizar a lucratividade. Ao observar o relacionamento entre as três dimensões no modelo de logística global, podemos identificar a melhor orientação para uma empresa.

1) Logística orientada para recursos;
2) Logística orientada para informações;
3) Logística orientada para o usuário.

1) Logística orientada para recursos; É o gerenciamento de diferentes recursos (capitais, materiais, pessoas) necessárias para a fabricação de produtos a serem entregues aos clientes finais. A logística orientada para recursos foca o relacionamento entre as dimensões funcionais e geográficas. Observando o mundo como um fornecedor de recursos e como um mercado de clientes, podendo perceber como a dimensão funcional pode beneficiar-se com a dimensão geográfica. Empresas com forte ênfase em marketing necessitam balancear os gastos de marketing com o controle justo dos custos de fabricação. Assim, podem decidir buscar diferentes localidades geográficas, como locais de fabricação, minimizando o custo de mão de obra. Ou podem querer centralizar a manufatura em uma localidade e obter economias de escala.
A ênfase da logística, então, é em orientar-se em direção à otimização do uso de recursos. Pelo mesmo motivo, o mercado de produtos está se tornando independente de fronteiras geográficas. Se o mercado é o mundo, a empresa deve coordenar os recursos de diferentes áreas funcionais para satisfazer às necessidades globais.

2) A logística orientada para a informação: Refere-se a gestão da informação como fonte de vantagem competitiva. Mas que apenas o fluxo de produtos, o sistema logístico está diretamente envolvido com o fluxo de informações. Empresas que dividem seus clientes em diversos mercados e/ou oferecem grande variedades de opções de produtos estão interessadas nas mudanças dos gostos dos clientes e/ou desenvolvimentos tecnológicos. Assim, a logística orientada para a informação, refere-se ao relacionamento entre a dimensão setorial e a dimensão geográfica. Parceiros logísticos, por exemplo, oferecem a possibilidade de acessar informação em áreas não tradicionalmente englobadas na visão da empresa. Fornecedores podem oferecer informações a respeito dos últimos desenvolvimentos de um determinado componente, enquanto a empresa de transporte permite acesso a novos mercados. O envolvimento na dimensão geográfica é a fonte de informação para mudanças que podem estar ocorrendo em diferentes ambientes.

3) A logística orientada para o usuário: parceiros da cadeia de suprimentos podem analisar coletivamente o sistema logístico existente, identificando gargalos, redundâncias, e conjuntamente aperfiçoá-los. O principal objetivo não é ganhar novos clientes, mas manter os existentes. Da mesma forma, empresas do sistema logístico podem melhor cooperar para desenvolver tecnologias, uma vez que cada um dos participantes pode trazer sua competência básica para tratar dos problemas enfrentados. Mantendo o foco orientado para o usuário, o sistema logístico ganha flexibilidade na resposta às necessidades dos clientes. A flexibilidade é obtida pela combinação de diferentes empresas por meio da correta coordenação.

As três orientações tentam racionalizar recursos de forma a maximizar a lucratividade. As sinergias contínuas nas logísticas orientadas para recursos, para a informação e para o usuário definem as forças dinâmicas às quais nos referimos como operações e logísticas globais.

Componentes do Sistema Logístico

1) Área comercial:
Ela é juntamente com a área de marketing, quem capta o desejo latente ou já explícito do consumidor e uso dos recursos de que dispõe para, ao torná-lo realidade estabelecer uma relação biunívoca permanente com ele. Assim, não se trata de estabelecer uma transação eventual, mas um vínculo.
Os recursos de que a área comercial pode se utilizar, sozinha ou com a colaboração de outras empresas são vários. Alguns exemplos: pesquisa de mercado, promoção, propaganda, treinamento e administração da força de vendas. Ela também pode utilizar-se de recursos de interface, em conjunto com outras áreas do sistema logístico. Assim, ela poderá ainda padronizar o nível de serviços, formar preços, definir produto, embalagens e nível de qualidade, além da localização dos depósitos.

2) Operação industrial:
Em função dos desejos dos clientes, é projetada a operação da área industrial. Ela envolve as forças dos recursos tecnológicos mais indicados, incluindo conceitos que hoje são fundamentais para a competitividade, tais como: JIT (just-in-time), FMS (flexible manufacturing system), CIM (computer integrated manufacturing), TQC (total quality control), TPM (total productive maintenance) e ferramentas como kanban, robótica, MRP I (materials reouirement planning), MRP II (manufacturing resources planning) e simulação de sistemas.

3) Fornecedores:
O papel dos fornecedores dentro da logística moderna é o de parceiros operacionais. Esse conceito exige um relacionamento aberto, que compreende desde o desenvolvimento conjunto do produto até contratos de fornecimentos, com preços, qualidade e prazos, sujeitos a uma mútua administração, visando a conservação do mercado pela contínua satisfação do cliente. O conceito de fornecedor preferencial, comum na década de 1980, já limitava o número de fontes de aprovisionamento e era um primeiro passo em relação aos modelos de JIT e TQC.

4) Administração e finanças
Há uma ênfase, cada vez maior, das empresas no fluxo de caixa. A agilização da atividade logística leva a uma rapidez da geração de caixa pela empresas. Dentro de uma estrutura Global onde os fluxos de capital são extremamente rápidos, via Internet, cada vez menos as empresas podem contar com os esquemas clássicos de financiamento bancário privado ou oficial dependendo de sua própria geração de recursos e liquidez para agilizar as operações e manter ou criar uma estrutura acionária que lhes permita crescer ou mesmo sobreviver.
A rápida transformação de pedidos em faturamentos, a redução do investimento em estoques em processos e inventários finais, a conexão via EDI com os bancos agilizando cobranças, a integração com fornecedores criando condições de um fluxo de caixa mais preciso, portanto mais confiável, são os instrumentos necessários para a implantação e o funcionamento de sistemas tipo ERP (planejamento de recursos da empresa), caminho necessário para as condições atuais de competição.

5) Distribuição física:
Como atingir rapidamente nosso cliente ? Confiando em nosso produto, este passa a ser o desafio principal da logística. Para conseguir esse objetivo, devemos analisar a localização da fábrica, dos fornecedores e dos depósitos, e a estruturação dos sistemas de transporte.
A localização da fábrica é hoje função do mercado a ser atendido. Muito mais que considerações sobre incentivos fiscais, importa às empresas agilidade de entrega de seus produtos, sejam eles dirigidos ao consumidor final ou a um transformados e/ou montador. Daí a proliferação por todo o mundo de fábricas de automóveis, mesmo com a permanência dos centros de excelência - como encarregados do desenvolvimento de produtos, projetos de ferramentas e equipamentos, especificações técnicas - e das sedes em países desenvolvidos, carregando consigo as fábricas de fornecedores (parceiros) e reservando a essas instalações regionais apenas o aspecto operacional de montagem. A palavra de ordem é reduzir inventários, a ponto de ser comum o conceito de que o próprio meio de transporte é um miniarmazém.

Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos
(Suply Chain Management)

É o conjunto de organizações que se inter-relacionam, criando valor na forma de produtos e serviços, desde os fornecedores de matéria prima até o consumidor final. O quadro abaixo nos mostra as atividades logísticas ao longo da cadeia de abastecimento.
A gestão da cadeia de suprimentos é a gestão de atividades que transformam as matérias - primas em produtos intermediários e produtos finais e que entregam esses produtos finais aos clientes. Para a maior parte das empresas, a gestão da cadeia de suprimentos requer a operação de uma rede de instalações de manufatura e de distribuição que estão freqüentemente espalhadas pelo mundo. As atividades da cadeia de suprimentos envolvem de compras, manufatura, logística, distribuição e transporte até marketing.
Nas cadeias de suprimentos existem, porém, muitas incertezas e complexidades que os seus respectivos gerentes precisarão conviver. Abaixo, destacamos os principais pontos de incertezas conhecidos:

1) Distâncias geográficas substanciais;
2) Dificuldades e inacurácias na previsão;
3) Taxas de câmbio e outras incertezas macroeconômicas;
4) Inadequações infra - estruturais;
- Qualificação do trabalhador;
- Disponibilidade de fornecimento e qualidade do fornecedor;
- Falta de equipamentos e tecnologias de processos locais;
- Inadequação na infra - estrutura de transportes e telecomunicações;
5) Dimensões explosivas da variedade de produtos em mercados globais;

Bibliografia

KOBAYASHI, Shun'ichi. Renovação da Logística. São Paulo: Editora Atual, 2000.

DORNIER, Philippe-Pierre, ERNST, Ricardo, FENDER, Michel, KOUVELIS, Panos. Logística e Operações Globais. São Paulo: Editora Atlas, 2000.

APOSTILAS:

MARCOLIN, Norberto Antônio. Manual Prático de Sistemas de Armazenagens. São Paulo, 2000.

REVISTAS:

GESTÃO EMPRESARIAL MAGAZINE - Ano II, n.º 8 (Agosto/Setembro) - 2000, Artigo " O foco é a logística ", páginas 12 à 17.

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